Humildade,tolerância e bons hábitos alimentares

 "...ordenou que eles (os cidadãos de Lecedemônia, comessem juntos das mesmas viandas..., proibia de comerem a parte e em particular sobre ricas mesas e leitos suntuosos, abusando do labor dos excelentes operários e requintados cozinheiros, para engordarem em segredo e nas trevas, como se engordam os animais glutões: o que arruína e corrompe não somente as condições da alma, mas também as compleições do corpo...”


Todo irmão é digno de sentar a mesa de outro irmão e compartilhar com este seu convívio, desde que dentro das regras de respeito e de ética.
Quando instituiu as refeições compartilhadas em locais públicos, Licurgo pretendia criar a prática do convívio de todas as camadas sociais, impondo aos mais nobres o contato com o menos nobres, tornando todos acessíveis uns aos outros.
Queria também controlar os hábitos alimentares garantindo uma alimentação adequada ao “cidadão guerreiro” e de forma igual para que ninguém padecesse da fome nem se empanturrasse a ponto de ter sua saúde e forma física comprometida e menos apta a guerra.
Conta a história que Licurgo, em uma revolta popular por essa decisão, foi perseguido e teve seu olho ferido; somente mais tarde os espartano reconheceram o valor dessa ordem.
Todos os homens assim eram incentivados a produzir, pois, se não o fizessem estaria comendo as custas de seu irmão, e se muitos não produzissem todos seriam prejudicados pois cairia a quantidade de comida a se servir, já que o pouco seria dividido com muitos. Mais uma vez, observamos o esforço dos legisladores espartanos em criar uma consciência coletiva ao indivíduo. Isso permitia também que o Estado espartano também fizesse reservas de alimentos para tempos difíceis ou manter seu modo de vida enquanto em guerra.
Ao espartano não era permitido alimentar-se em sua casa, a não ser em raras ocasiões como ao chegar muito tarde em casa após uma caçada.

De: “A Vida dos Homens Ilustres” – Licurgo – Autor: Plutarco


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