Generosidade

“A segunda novidade de Licurgo, e a de mais ousadia e mais difícil empresa, foi mandar de novo repartir as terras: pois, havendo no país de Lecedemônia grande dificuldade e desigualdade entre os habitantes, porque uns, e a maior parte, eram tão pobres que não tinham uma só polegada de terra, e outros, em bem pequeno número, tão opulentos que possuíam tudo, ele advertiu que, para expulsar da cidade e insolência, a inveja, a avareza, as delícias e, mais a riqueza e a pobreza, que são ainda maiores e mais antigas pestes das cidades...”


Como é possível desconsiderar a necessidade de um irmão? Saber compartilhar mostra a generosidade do espartano.
Quando se fala em generosidade não se trata apenas de ajuda financeira em momentos difíceis porém da ajuda necessária a ser dada a um irmão que necessite superar um problema.
Aquele que recebe tal generosidade tem a obrigação de honrar a ajuda de seus colegas esforçando-se a superar o problema ou a “má fase” e devolver, seja aos mesmos irmãos ou a outros a ajuda recebida. Dessa forma não haverá cobiça entre os irmãos, mas respeito e admiração a que cada um conquistou.
A idéia da divisão das terras entre os indivíduos em Esparta está muito associada a questão da liberdade. Em oposição a sociedade ateniense, os indivíduos em Esparta não corriam o risco de serem escravizados e terem suas famílias escravizadas por conta de pagamento de dívidas e a tomada de seus bens. Em Esparta cada cidadão tinha seu pedaço de terra que lhe permitia produzir bens suficientes para garantir o sustento de sua família, além disso, o sistema de refeições coletivas garantia que todo indivíduo recebesse de forma igual ao seu companheiro a parte daquilo que fora produzido no território. O indivíduo Espartano deveria ser generoso pois desenvolvia-se acostumado  a dividir tudo o que possuía.

De: “A Vida dos Homens Ilustres” – Licurgo – Autor: Plutarco



Comentários

Postagens mais visitadas