Corresponsabilidade Entre Parceiros

 “Além disso, imputavam-se aos amantes a boa ou má opinião que se concebia dos meninos que haviam tomado para amar, de sorte que se diz que, tendo certa vez um menino, combatendo contra outro, deixando escapar da boca um grito que lhe revelou a coragem frouxa e falida, seu amante foi por isso condenado à multa pelos oficiais da cidade. Mas, conquanto o amor fosse coisa tão incorporada entre eles que até as mulheres honestas e virtuosas amavam as meninas, não havia, contudo ciúmes, mas, ao contrário, era isso um começo de mútua amizade entre os que amavam no mesmo lugar; e procuravam juntos, por todos os meios de que podiam dispor, fazer que o menino que amava em comum fosse o mais gentil e o melhor condicionado de todos os outros. Ensinavam os meninos a falar de sorte que sua linguagem tivesse malícia misturada de graça e prazer, e que em poucas palavras compreendesse muita substância."

Novamente temos uma confirmação do caráter liberal em relação a homossexualidade do povo Espartano. Fica nesse parágrafo claro que os relacionamentos homossexuais eram comuns entre homens e também mulheres.
Um fato a se notar é a responsabilidade compartilhada dos atos praticados por parceiros. A falha de um pode acarretar uma punição ao outro, desta forma, entre amantes há sempre o encorajamento da virtude entre os parceiros. Outro ponto interessante é notar-se que havia um emprenho maior em preparar o jovem guerreiro que “amasse em conum”, isto pode ser interpretado como o parceiro que compartilhava seu amor com mais de um indivíduo.
Passível de diversar interpretações e analisando os moldes das relações heterossexuais espartanas, não havia as relações de ciúmes nem entre homens e mulheres nem entre homens e homens. Não se entrava em contenta por conta de ciúmes ou pluralidade nos relacionamentos.
Hoje, no entanto, a sociedade e o risco em se ter uma vida de pluralidade de parceiros, impões que se evite ao máximo relacionamentos “abertos”. O espartano deve buscar nas decisões afetivas sempre estar de acordo com o parceiro, decisões conjuntas, o respeito e a preservação da intimidade como bem do casal. Sem deixar de seguir a tradição espartana em buscar fazer do parceiro um indivíduo melhor, incentivando-o sempre a progredir e ajudando ao que tiver ao alcance.

De: “A Vida dos Homens Ilustres” – Licurgo – Autor: Plutarco


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