Orgulho Tribal

Ultimamente tenho lido bastante em algumas literaturas pequenas referencias ao “orgulho tribal”, mas o que é isso?
A idéia do “orgulho tribal” é muito próxima do que se costumava designar “espirit de corps”, isto é, uma consciência de grupo onde o indivíduo se vê como parte importante do coletivo maior e isoladamente compreende que sua própria permanecia em um modo de vida depende de sua contribuição àquele grupo. Com esta visão, o indivíduo é capaz de fazer qualquer coisa como forma de cooperação para a manutenção daquele sistema, há aí uma integração entre as pessoas onde espontaneamente cada um faz sua parte.
Quando se fala em tribo, entendam-se aqui as tribos urbanas, existe ainda mais forte a consciência da defesa de um modo de vida. Agrupados por afinidades como idealismos sociais, modo de se vestir, tipo de som que apreciam, os indivíduos tem um sentimento de família e cada um passa a ver o outro como um irmão. Aos irmãos mais velhos cabe a responsabilidade de ensinar e zelar pela integridade dos irmãos mais novos, aos “patriarcas” a responsabilidade de vigiar para que as idéias não se subvertam e que os conflitos internos sejam minimizados. Dessa maneira, as tribos vão se desenvolvendo e divulgando suas idéias. E ideal coletivo é tão coeso que torna-se uma forma única de pensamento, que molda o indivíduo e passa a fazer parte de sua personalidade.
O “orgulho tribal” passa a ser então o orgulho de sua “família”, família por escolhas e afinidades, e torna-se uma questão de honra defender esses valores mesmo a risco da própria vida como o que se vê nos conflitos de rua entre as gangues. Talvez isso seja algo de primitivo nos homens, mas este sentimento de unidade com sua tribo faz com que cada um se esforce para ter um papel importante na manutenção de um modo de vida, defender a liberdade de se expressar de uma forma distinta da sociedade a qual estas pessoas estão inseridas. Os conflitos entre esses grupos, em nome dessa honra, são na verdade oportunidades de mostrar aos outros companheiros suas virtudes masculinas como a coragem, a honra, a camaradagem, sua habilidade em lutar e sair de situações de extremo risco; coisas estas que a sociedade moderna tenta sublimar/substituir de forma deficiente através de filmes, esportes e jogos – em nome da civilidade.
Independente de ser algo da natureza humana, a atual sociedade vê essas expressões de masculinidade como manifestações do incivilizado, do que não é desejável na sociedade moderna, do inadequado, porém ignora que o “orgulho tribal” por muito mais tempo que a atual sociedade tem sido fator determinante de união e cooperação entre homens e até mesmo de ordenação. Seja no exercito, nas equipes esportivas, nas torcidas, nas tribos urbanas, esse sentimento de unidade e cooperação – excetuando-se a propensão a radicalização – permanece como algo desejado como um fator de progresso coletivo.




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