Manter Um Relacionamento

Quando o assunto é relacionamento amoroso, chovem especialistas (eu que o diga!!) , palpites dicas, conselhos para apimentar relacionamentos e sair da rotina, como se o relacionamento a dois fosse um guia de turismo ou manual de uso de produtos de sexshop. Os homens ao se relacionarem com outros homens são muito “criativos” em encontrar esse tipo de solução. A grande maioria porém, sofre de uma síndrome que é a chamada “Síndrome dos 3 Meses”, isto é, envolvimentos superficiais cuja a duração não consegue ultrapassar os 3 meses de convivência. Os relacionamentos simplesmente acabam por motivos justificados a falta de tempo, ciúmes exagerado, incompatibilidade de gênios. ..Seja lá o que se use de desculpa, sempre devemos entender como uma forma “sutil “ de dizer: “não da mais, a brincadeira perdeu a graça”.
Acho que o grande problema dos relacionamentos entre homens é a falta de análise do que realmente se busca. Quantos de nós, afinal de contas, já parou para analisar o tipo de companhia que queremos ao longo da vida, o que esperamos da pessoa que esta do nosso lado? Será que aquilo que eu busco como “ideal” é realmente possível? Será que eu não sufoco meu parceiro com excesso de expectativas e cobranças? Há de ser levado em conta que no nosso tipo de relacionamento estamos tratando com equivalências, são dois homens que pensam, sentem e preservam valores masculinos – corretos ou não – e que muitas vezes, abrir mão é como perder a própria autonomia. Questão de princípios ou ego? Cada um deve analisar...
Muitos dos que reclamam de não conseguir manter seus  relacionamentos por longo tempo têm em comum uma imensa dificuldade de abrir mão de hábitos que mantém quando solteiros: o convívio intenso com os amigos, a liberdade de não dar satisfação do próprio destino, a vida noturna, as aventuras sexuais... Na verdade sentem a necessidade da segurança afetiva que um parceiro fixo pode oferecer, porém não estão dispostos a mudar suas rotinas e seu modo de viver como solteiros, é ai então que começa o conflito.
Evidentemente que não podemos, nem devemos, abandonar nossas atividades e amigos de forma radical por conta de um relacionamento, porém, o relacionamento sério a dois precisa de dedicação e tempo “a dois” para construir sua história, sua intimidade. Cada um deve facilitar que o outro conheça e participe de sua vida social, porém o afastamento de algumas atividades é necessário para o desenvolvimento de outras naturais a um casal. Namoro não é somente parceria íntima, se assim o é, não pode ser chamado de sério, nem compromisso. Deve haver uma troca e um entrelaçamento da vida de ambos os parceiros.
O início dos relacionamentos, principalmente nos primeiros meses é uma fase de intenso conhecimento entre as partes, não concordo mas dizem que é a fase da “paixão”..., e paixão geralmente dura pouco! Cada um tentará mostrar o melhor de si para reforçar a conquista e nem sempre os defeitos são tão evidentes; não existe rotina, pois cada um está explorando mundos desconhecidos que pertencem ao outro parceiro, contudo nem sempre é possível manter em alta a carga de “novidades”. Temos que ter em mente que os romances na vida real não são como nos filmes, no mundo real as pessoas tem seus altos e baixos e o amor (não confundir com a paixão) se desenvolve e se fortalece muito a partir da compreensão, da concessão, do compartilhar de objetivos e do companheirismo. Quem não esta preparado para conviver com os defeitos também não está preparado para viver um longo relacionamento. O espartano deve se levar a sério e aos outros também, ser auto-suficiente não é ser insensível as necessidades do companheiro.
Sexo bom e paixão por vezes fazem o contato entre duas pessoas durar, porém o resultado, se apenas baseados nesses dois pilares, são relacionamentos neuróticos onde o ciúmes e a paranóia tomam conta. Ninguém vive bem brigando ou despedaçando-se a auto-estima em pró de um sentimento confuso ou de alguns minutos de prazer. Cada um de nós merece mais que isso.
Conhecer a si mesmo, corrigir suas próprias falhas, saber analisar suas reais necessidades e a dos outros é o melhor caminho para qualquer bom relacionamento. Lembre-se, ninguém pode exigir mais do que está disposto a oferecer.





 

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