Sentido de Irmandade

Uma vez falei em um texto sobre a noção de tribo. Da forma que pensam muitas vezes os indivíduos que, dentro de um conceito maior, entendem este mesmo grupo como uma espécie de família.
Não é fácil definir irmandade com uma palavra. Irmandade, na verdade, como idéia, abrange uma extensão bem maior de associações e, na prática, envolvem de forma muito mais profunda indivíduos que dela façam parte.
A idéia fundamental da Sociedade Espartana é a constituição de um grupo de homens que, dentro de um determinado padrão de comportamento e interesses comuns, teriam a função elementar de mutua ajuda. O conceito de mutua ajuda ficaria então sobreposto a todos os outros interesses que viessem fazer parte das intenções do individuo (reafirma-se aqui a individualidade), em prol de ações que pudessem estender seus benefícios a todos os envolvidos, dentro das relações e ações manifestadas pela irmandade. Esta, como instrumento de desenvolvimento humano, teria a função acolhedora e orientativa e não simplesmente, como é erroneamente compreendida, uma união de pessoas em busca de relacionamentos afetivos ou uma espécie de “reunião de solteiros” onde a intenção é a formação de casais. Ao meu ver, a noção principal é a de agregar forças para uma mudança em relação a maneira que a sociedade, numa maior abrangência, lidasse com os assuntos relacionados a “androphilia”.
Espelhando-se no modelo de irmandade praticado por outros grupos de homens, a irmandade Espartana em seu desenvolvimento, cria dispositivos para fortalecer os indivíduos denominados “espartanos”. Aos irmãos cabe o apoio mútuo afim de que cada um possa prosperar e se destacar em sua área de atuação. A idéia de “espartano” deve estar incorporada aos critérios de escolha assim como há entre outras irmandades onde se consome a auxilia-se com a contratação de trabalhos aqueles sob a mesma denominação, a de irmão. Antes de um protecionismo, um fortalecimento para se ter um ideal concretizado; também uma garantia de um tratamento adequado, distinto do tratamento indistinto muitas vezes oferecido na sociedade.
Outro preceito comum às irmandades positivas é um sentido de progresso que se estende a toda sociedade. Considerando-se que a maioria dos “espartanos” tem meios de desenvolver em plenitude trabalhos intelectuais, a “irmandade espartana” deve então oferecer meios para que o desenvolvimento nesse sentido se desenvolva entre os seus membros. Creio que o ideal é que a noção de “intelectualidade” esteja a futuro relacionada a idéia do “indivíduo espartano”.
O que deve haver entre nós e aqueles que buscam o nosso ideal é a coragem de desvencilhar-se dos interesses imediatistas e limitados de supor que uma irmandade formada por andróphilos tem como objetivo primeiro a satisfação individual de relações afetivas; os espartanos devem ter em mente que a vida de um homem abarca muito mais que suas relações afetivas e que relações de afetos não passam necessariamente pela cama.
Objetivo é manter o senso de família – por isso irmandade – ao andróphilo, um grupo de pessoas onde possa manifestar-se de forma a ser compreendido, a poder contar com os companheiros e sua cooperação como reais irmãos. Irmãos de um mesmo ideal.





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