Tem Gente Que Gosta de Sofrer

“Mulher gosta de sofrer” diz o manual do canalha, porém e o homem que gosta de homem, o gosta também de sofrer?
Sou um grande admirador dos relacionamentos humanos, aprecio sobretudo as grandes historias de amor. Adoro quando todo mundo termina feliz e na cama! Dessa forma, sempre que posso, tento observar e, porque não, ajudar nos romances mais malucos. Aliás, entre homens o que não falta são romances malucos, casos clandestinos, amores nãos correspondidos e casais que enfrentam juntos dificuldades “intransponíveis”, amores a distância ou “internetianos” que, aos meus olhos, fogem completamente da razão; amor é presença ou não? E viva o amor, se assim lhes dá satisfação.
Uma coisa que para mim, no entanto é admirável entre as mulheres, é a capacidade que algumas têm de precaver-se e identificar os canalhas, os cafajestes. Criam verdadeiros manuais de “preservação”, alguns bem divertidos espalhados pela internet, porém de certa forma acho que as ajudam na formação de um critério de busca e a se precaver das  surpresas quando o coração falar mais alto que a razão, ou, como dizem os homems: “a cabeça de baixo pensar mais forte”. Deveríamos aqui aprender com elas, pois o “canalha”, o “cafajeste” são gêneros também existentes entre os homens homossexuais... E dá-lhe conquistador barato, homem biscate, o boy puto!
Pare e pense quantos relacionamentos entre homens que você conhece seguiram em brandas nuvens? Será que o homem é o gênero mesmo complicado e que esta junção de dois homens é o fim da razão?
Discordo quando se fala que a vida comum entre dois homens não dá certo. Conheço casais que viveram anos juntos, muito mais que casais héteros. Conquistaram coisas, montaram casa,  ajudaram-se mutuamente e, de sua forma criaram uma família, então, não é uma questão de gêneros e sim de princípios, valores. Analisando pela questão dos valores, podemos então começar a entender melhor essa polemica dos relacionamentos entre dois homens e chegar então a algumas conclusões:
1 – Os homens no geral têm dificuldade de entender a dinâmica do relacionamento a dois. Convenientemente  adotam como valor aqueles da conquista viril, da infidelidade típica do homem latino, incompatíveis no entanto, com os valores de respeito exigidos em qualquer relacionamento;
2 – Os homens, até mesmo pela dificuldade em assumir uma postura de casal perante a sociedade optam pelo descompromisso, inclusive quando se fala de afetividade. O segredo evita a cobrança e a vigilância das pessoas e serve também como pretexto para a manutenção de uma “aparente” vida de solteiro aos olhos da sociedade. Ou você está solteiro ou não, meio solteiro não existe! Nesse caso a solução é aterem-se apenas as relações de sexo, se é que vê alguma vantagem nisso...;
3 -   Os homens confundem amizade com amor entre parceiros e tratam seus companheiros afetivos simplesmente como companheiros de balada. Ótimo seria que todo parceiro  também fosse o melhor amigo, mas as relações entre amigos e amantes não são iguais. Não levo amigo para a cama, nem meus parceiros a serem expostos  a outros flertes na balada... Quem ama cuida!  Não é questão de ciúmes nem falta de confiança e sim de preservação;
4 – Alguns homens, principalmente os menos experientes, também têm o “dedo podre”, adoram canalhas. O homem divertido, o rei da balada, dificilmente é o melhor parceiro para a vida a dois. “Maravilhas da natureza” tendem a permaneceram em suas carreiras de “espetáculo”, apresentam-se como os legítimos representantes do “macho latino”, mas como qualquer bom espetáculo, quer sempre atingir o “grande público”, e palmas para eles;
5 – Sem filhos, sem papel, não tem nada que os una ou impeça o fim de um relacionamento formal ou juridicamente (?). Otimo! Porém não devemos ver isso como uma desculpa para “coisificar” as pessoas como mero corpo para o prazer. Relacionamentos acontecem para se ter bons momentos, porém os momentos ruins também estão incluídos no pacote, o momento ruim do companheiro hoje pode ser o seu amanhã;
Uma questão de valores, é preciso mudar nosso critério de busca. Procurar pessoas com valores compatíveis aos nossos, buscar mais seriedade nos relacionamentos  até para que se mude a visão distorcida que faz com que a sociedade veja os homems homossexuais como pessoas descompromissadas e promíscuas.
O fato de sermos espartanos, de certa forma, já indica que temos valores diferentes e, entre homens de verdade, o fator fundamental é o respeito, a fidelidade e o companheirismo. Para ser levado a sério é preciso levar os outros a sério e, como diz o senso comum: “Respeito não se exige, não se força, se conquista”.
Persiste no erro quem gosta de sofrer... É,  tem homem que gosta de sofrer.










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