Homossexualidade x Religião

Venho escrevendo neste blog já faz um bom tempo. Sempre procuro falar sobre coisas que observo no dia-a-dia, coisas que pessoas me contam porém, sempre evitei de falar de religião.
De certa forma, depois de viver uma fase de conflito, negação, quase desespero na adolescência, desisti de lutar ou tentar me enquadrar dentro dos padrões aceitáveis pela religião de meus pais, ou dos parentes. Acho que desisti pelo cansaço, algo parecido com o que acontece na luta quando se percebe que o adversário é muito superior e já se está em uma luta perdida; aquele sentimento de deixar bater até encontrar o alívio no knock-out: um soco, uma queda e acabou tudo, finda a dor, a humilhação...Depois disso passei a falar diretamente com Deus, como os loucos talvez e, isso foi bom!
A maior parte dos atos mais ofensivos que cometeram contra mim e minha sexualidade tiveram como desculpa “aquele” Deus.
Palavras como:
“Não tenho nada contra, isso é Deus quem vai julgar quando ele morrer...”
“Não tenho nada contra, mas é errado perante Deus...”
“Homem não gosta de homem, não é coisa de Deus, isso é safadeza...”
 Enfim, poderia desfiar dezenas de frases parecidas em que a palavra de Deus, como lei, serviram como o fiel da balança para julgar minha sexualidade, ou como aquele que usa um chicote, servia para me atingir de longe, sem me olhar nos olhos, sem sustentar o peso de seu próprio julgamento, algo bem parecido com o ato de "lavar as mãos" daquele velho personagem! Porém o mesmo fiel da balança se mantinha imóvel perante os pecados do adultério (...isso é coisa de macho...), do roubo (...isso é coisa de esperto...), da mentira (...isso todo mundo faz...), da ira (...todo mundo perde a paciência...), e por aí vai, como qualquer lei, quando submetida a interpretação dos homens quase sempre serve para fazer merda! Outro fato curioso, se bem que na lei dos homens isso também acontece, a mão da suprema justiça separava gênero, denominação religiosa. Nesse mesmo Código Penal, delitos como difamação, agressão, atentado a vida nem sequer eram citados.
Eu gostaria muito é que eles soubessem que “isso”, que supostamente Deus julgava, não era uma questão de escolhas. Fazia parte de minha natureza, era um sentimento que não poderia mudar.
Bom, o ponto central dessa explanação toda é lembrar que existe apenas um único dilema: ser feliz ou fazer os outros felizes? O ideal é que consigamos as duas coisas mas, absolutamente não se pode ser feliz lutando contra a própria natureza. O que não se pode e viver é de mentiras, nem tentar mentir para sí mesmo. Acho mesmo imoral envolver outras pessoas em suas mentiras como aqueles que casam com o sexo oposto mesmo sabendo que não poderão fazer a outra pessoa feliz, pois sexualmente estará sempre incompleto, contando tempo para buscar fora da relação o que o não consegue satisfazer, um ato de covardia e desonestidade!
Cada pessoa é dona de sua própria vida, nossos pais tiveram a vida deles, já erraram; nossos irmãos e amigos também tem suas próprias vidas que dão o rumo que quiserem; não devemos colocar nossas vidas ou nossa felicidade a serviço das vontades dos outros, para satisfazer expectativas que não as nossas, para conseguirmos aprovação que não seja de nossa própria consciência.
Quanto a Deus, acho que Ele deve estar mais ocupado com o destino do mundo, com as guerras, com a fome, com as doenças extremas. Acho que ele deve ficar muito aliviado sabendo que estamos felizes, vivendo bem ao lado de pessoas que amamos e nos apoiam. Quando estamos felizes não o importunamos com nossos pequenos problemas.

...continuo falando com Ele e, desde que perdi o medo da condenação, a falar com ele sem intermediadores, passamos a nos entender melhor! Voltamos a nos dar bem!

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