Perda de Memória

Atualmente tenho verificado pela internet e demais redes sociais, grande numero de novos canais de informação para o publico homossexual. Fico feliz, evidentemente por ver a abertura que se alcançou desde que este blog começou a ser escrito. Dias atrás, em um grupo de watssapp eu fiquei curioso a historia de um movimento, dentro da cena LGBTQIA+ paulista que se expandiu de forma surpreendente, em um pais pouco provável como o Brasil e que se tornou até tema de filme (...a essa altura, quem faz parte já sacou do que se trata...), enfim, o fato é que havia ali entre rivalidades uma verdadeira confusão entre datas e títulos, quem havia iniciado a coisa toda, quando, onde... Constatação triste! O mais surpreendente ainda foi verificar que os participantes desta nova geração, na maioria entre 20 a 30 anos não se importavam nem um pouco com isso. Não importa a historia, ou quem conquistou o que, o importante era fuder. Não vou ser aqui hipócrita em dizer que fuder não é importante, ao contrário, acho que muito do que se lutou foi para ter exatamente essa liberdade de fuder na hora e com quem bem entendesse. No entanto dar nome em uma cronologia de pessoas que arriscaram a pele para isso, a vida, é o mínimo que uma comunidade consciente deveria fazer. No passado, nem tão distante assim, vivemos dias sombrios, os homossexuais morriam ao descaso e foram demonizados até mesmo pela explosão dos casos de HIV na década de 80. Pessoas morreram nas ruas vitimas de violência por arriscarem a expressar o afeto ao companheiro. E hoje a memoria dessas pessoas vai desaparecendo pelo descaso, pela falta de cuidados de uma comunidade que ainda não aprendeu a velha lição de que “quem esquece o passado corre o risco de revivê-lo”. Espero que isso logo mude, antes que pedaços importantes de nossa historia acabe sedo jogado no lixo. Quando um homossexual morre, entre famílias desinformadas, suas memorias são apagadas e o que lhe pertence, a não ser que tenha valor financeiro, é jogada no lixo. Recortes de jornais, cartas, objetos de militância, recordações românticas, fetiches...Tudo acaba no lixo e desaparece para sempre... Acho que está na hora de recapitular nossa caminhada e se preocupar em deixar algo para o futuro, para que alguém conte nossa historia com veracidade e dignidade.

Comentários

Postagens mais visitadas